O lado negro do milagre industrial alemão

Publicado em: O Gaiense, 5 de Fevereiro de 2011

Os tribunais portugueses decidiram acusar os alemães da Man Ferrostaal, empresa do consórcio dos submarinos. Na Alemanha, o presidente foi exonerado e um administrador preso por corrupção na venda de submarinos à Grécia. O Ministério Público de Munique detectou o pagamento de “luvas” e aplicou uma coima de 240 milhões. A Siemens, onde entre 2000 e 2006 foram detectados 1300 milhões de euros de “luvas” pagas, e com vários executivos condenados, pagou quase mil milhões a tribunais norte-americanos para encerrar processos e outro tanto na Alemanha. A MAN foi obrigada a pagar uma coima de 150 milhões. Entre muitos outros casos.
De facto, para haver corruptos que recebem, tem que haver corruptos que paguem. E nisso têm-se destacado as grandes empresas europeias, particularmente alemãs e francesas. O problema é que a corrupção tem sido encarada como um custo aceitável, um factor de competitividade muitas vezes decisivo na luta pelos grandes contratos mundiais e, portanto, não era condenada no mundo dos negócios dos países desenvolvidos. Corruptos eram apenas os que recebiam… Felizmente, agora começam a sentar-se todos juntos no banco dos réus.

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